Gestão de Projetos e Pessoas, por Flávio Maneira

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Um dos meus maiores desafios junto as organizações é o de sustentar que a área mais importante, gosto de chamar de “pilar”, é a de “Gestão de Pessoas” ou melhor “Gestão Estratégica de Pessoas”.

Em discução recente com os alunos do MBA da BI International em minha disciplina de “Estratégia de Negócios, Inovação e Competitividade”, abordamos dois pontos fundamentais para a excelência na execução de qualquer estratégia: Evoluir os modelos de gestão, seja de pessoas ou de projetos.

Sendo assim, vamos entender alguns aspectos:

Qual é nossa maturidade na gestão de projetos?

Primeiramente é importante entendermos que todas as empresas atravessam seus próprios processos de maturidade, e é um processo que deve preceder a excelência. A curva do processo de aprendizado para a maturidade é medida em anos. As empresas comprometidas com a utilização da gestão de projetos poderão ter a sorte de atingir a maturidade em cerca de dois anos, enquanto uma empresa típica pode levar até 5 anos.

A maturidade em gestão de projetos é o desenvolvimento de sistemas e processos que são por natureza repetitivos e garantem uma alta probabilidade de que cada um deles seja um sucesso. Entretanto, processos e sistemas repetitivos não são por si, garantia para o sucesso. Apenas aumentam a sua probabilidade.

Uma empresa pode ser madura em gestão de projetos e não ser excelente. A definição da excelência vai além da maturidade. Quando as empresas desenvolvem sistemas e processos maduros, estão plantadas as raízes para a excelência.

E como obter “Excelência” em gestão de projetos?


Uma empresa experiente pode utilizar a gestão de projetos rotineiramente ao longo de vários anos e mesmo assim não atingir a excelência neste campo. A prática da gestão de projetos não é a garantia automática do atingimento da excelência. A última fase da maturidade pode basear-se em práticas repetitivas ou políticas e procedimentos ortodoxos e superados. A excelência pode ser alcançada no momento em que todos os funcionários entenderem a natureza das suas atribuições. A definição de excelência em gestão de projetos deve ir muito além de experiência e sucesso. As organizações de reconhecida excelência em gestão de projetos criam um ambiente no qual existe um fluxo contínuo de projetos gerenciados com sucesso, onde o sucesso é mensurado tanto pela conclusão de um projeto específico, quanto pelo atingimento do desempenho em pontos de interesse para a empresa como um todo.

Segundo KERZNER, a definição de excelência pode ser desmembrada em duas partes:

Em primeiro lugar, a excelência em projetos requer um fluxo contínuo de projetos administrados com sucesso. Isto não significa de maneira alguma que os projetos serão bem-sucedidos, apenas que estarão sendo adequadamente gerenciados. Lembre-se, a administração bem-sucedida da gestão de projetos não garante que cada um deles terá sucesso. Algumas empresas excelentes em gestão de projetos ainda contam com um percentual de projetos fracassados. Se uma empresa descobrir que têm 100% de projetos bem-sucedidos, ela certamente não está assumindo suficientes negócios de risco. Empresas de excelência assumem riscos; elas sabem quais riscos vale a pena correr e conhecem os riscos que não devem assumir. O mesmo argumento se aplica ao gerenciamento de projetos. Qualquer executivo que sempre toma a decisão certa, provavelmente não está tomando todas as decisões que deveria tomar.

A segunda parte da decisão impõe que as decisões tomadas em projetos separados levem em conta os interesses do projeto e da empresa como um todo. Veja o caso de um gerente de projetos que luta pelos melhores recursos disponíveis, sabendo que esse projeto está no fim da lista de prioridades da empresa. Companhias excelentes em gestão de projetos desenvolvem culturas nas quais os gerentes de projetos são instruídos a tomar decisões baseadas em sólidas razões de negócios, jamais apenas de acordo com interesses próprios de um único projeto ou internos de um setor.

“As empresas que alcançaram a excelência em gestão de projetos também percebem que a excelência é um processo contínuo. A complacência abre as portas para a concorrência ou a perda dos clientes”., afirma ele.

Já na minha opinião existe um terceiro elemento que é o mais importante de todos: Pessoas, afinal as pessoas envolvidas nos “projetos” desde a liderança, dos membros e dos demais departamentos que apresentam interface, precisam de o que chamo: “capacitação estratégica”, ou seja, o avanço (leia-se evolução também) em um dos braços da “gestão estratégica de pessoas”. Excelência na execução quem faz é gente e para isso elas precisam de treinamento constante, desenvolvimento assertivo, feedbacks claros e avaliações claras. Ainda estamos evoluindo nisso.

Pense nisso.

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